Por conta da pandemia do novo coronavírus, diversas medidas
de segurança precisam ser adotadas para não colocar os funcionários em risco.
Em uma fazenda de Três Pontas, são 147 hectares em produção.
Neste ano, que é ano de safra cheia, a expectativa é que sejam
colhidas pelo menos 10 mil sacas. Por isso, foi preciso manter
um alto número de funcionários.
“No entorno de 65 pessoas entre colheita e pós-colheita.
Tivemos que contratar um grupo em torno de 23 pessoas
para nos ajudar no processo da colheita. E com tudo isso
obviamente no ano de novo coronavírus, tivemos que criar
um protocolo interno para a gente garantir a segurança dos
trabalhadores. E segurança de todos na verdade”, destacou
a cafeicultora Carmem Lúcia Chaves de Brito.
O cumprimento desse protocolo começa já no transporte
dos trabalhadores, com a higienização das mãos.
Nas viagens, todos têm que usar máscara. Já no cafezal,
há ainda mais rigor.
Se antes, era comum ter três, quatro pessoas no mesmo corredor,
agora nada de aproximação. Cada área só pode ter um trabalhador.
Ele mesmo fica responsável por separar os grãos colhidos.
E também não pode mais compartilhar peneira ou qualquer
outro equipamento. Tudo tem que ser de uso individual.
“É difícil, somos três amigas, sempre trabalhando juntas.
Uma vem e ajuda a outra. Hoje já não pode por proteção a gente.
A próxima que está junta com a gente, a gente tem criança
pequena em casa e sempre tem que estar protegendo”,
disse a safrista Juliana Polônia Alexandre.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de
Minas Gerais até criou uma cartilha pra orientar os produtores
de todo o estado quanto à segurança no campo.
O mesmo foi feito pelos sindicatos rurais.
“Máscara obrigatória, é claro. A questão da lavagem das mãos
com água e sabão, a questão do uso de álcool em gel.
E principalmente na questão da quantidade de empregados
no transporte. Essa época se contata bastante mão de obra
para colher o café, principalmente na nossa região,
e ai o transporte é feito através de kombis, vans ou ônibus.
Isso caiu para a metade, o número de pessoas por condução”,
pontuou o presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha,
Arnaldo Botrel.
Essas recomendações que foram adotadas também no processo
de pós-colheita. Em uma das propriedades, são usados cinco
terreiros diferentes pra secar o café, o que ajuda no distanciamento
dos funcionários.
Além disso, eles adotaram um sistema de cores.
Cada trabalhador tem a sua vassoura, espátula,
rodo com uma cor específica. Isso ajuda a não misturar
os equipamentos com os dos colegas.
“Se por acaso outro funcionário for utilizar, ele já tem a informação
que ele tem que higienizar e a consciência para que não corra
risco nenhum. [O álcool em gel] está disponível em todo lugar,
na fazenda toda, nos locais em que se faz atividades
em mais de uma pessoa”, salientou o coordenador de terreiro,
Denilson Aparecido Inácio.
No caso de máquinas, o álcool também tá sempre disponível.
Medidas pra que a colheita do café possa seguir com segurança
pra todos os trabalhadores.
“Estamos graças a Deus já conseguindo uma colheita em fase,
par amais da metade, com todo mundo
inteiro e todo mundo sem problema”,
comemorou a cafeicultora Carmem Lúcia Chaves de Brito.